domingo, 22 de agosto de 2010

Te juro amor eterno

Fico em lágrimas. Eu estive esperando por você. Passou os dois meses que você tinha me prometido. Decidi que iria tentar compreender, iria esperar mais um pouco, mas hoje, um ano passado, recebi uma carta.

"Renata,
te dou meus pêsames. Infelizmente Guilherme levou um tiro diretamente no peito. Tentamos de tudo. Desculpe-me se esse 'tudo' não foi suficiente. Lamento.
Sargento Miguel Ouriques."

Entrei em desespero. Minha vida agora passa e não há mais nenhum sentido nas coisas que vejo. Agora sei o que pessoas sentem ao serem rejeitadas pela família, ao serem massacradas na rua. Elas são como eu, perderam o sentimento de felicidade e não conseguem achá-lo em nenhum lugar.
Hoje, tento construir um futuro, mas não acho que ele virá. Amor, sem você a vida não existe. É como se eu mesma tivesse matado-lhe. Sinto as feridas não cicatrizando, meus olhos sem piscar. Só sinto dor, lágrimas, tristeza. Queria que alguém pudesse me ajudar com isso tudo. Mas ninguém surgiu.
Vago pelas ruas, tento trabalhar para continuar sustentando ao menos minha alimentação. Mas creio que, com tanta falta de fome, irei adoecer logo. Não consigo engolir sua morte que veio tão repentinamente. Eu te amarei para sempre. Foi sempre o que eu disse, e continuarei dizendo.
Lembro que você não queria ir para aquela maldita guerra, mas as coisas que poderiam ser úteis foram maior que sua vontade, e, então, você foi. E nunca mais voltou. Mas, querido, não se preocupe, eu te amo eternamente. Nos veremos em breve, sei que você já sabe disso.

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